Olá galera!!!
Esta segunda semana de Maratona Literária de Inverno não foi tão produtiva, não atingi o meu objetivo de adiantar a leitura de GOT, nem se quer deu para ler uma página dele (snif). Em contrapartida, conseguir ler um livro excelente, que foi A mulher e a vida cotidiana: amor, casamento e feminismo (Christopher Lasch, 1999), o livro tem 207 páginas e a edição que eu li foi da editora Civilização Brasileira. Foi uma leitura super agradável e me ajudou muito a refletir sobre muitas coisas, inclusive para meu projeto de mestrado.
Atenção: Não farei resenha acadêmica. Também não farei um resumo de forma minuciosa, vou relatar as minhas impressões de leitura e sobre o que ele aborda de maneira geral.
O livro te cativa logo na introdução, onde a organizadora do livro que é a própria filha do autor - Elizabeth Lasch-Quinn, explica como foi o processo de juntar nesse livro os artigos feitos pelo pai e também concluir seus trabalhos após a morte deste. Ela de forma muito sensível, relata o processo que passou ao lado de seu Pai nos momentos finais da vida dele. Lasch lutava contra o Cãncer, mas em nenhum momento deixou de fazer o que amava.
O livro é dividido em duas partes, a primeira aborda temas relacionados aos Modos e costumes e a segunda parte Do patriarcado ao neopaternamilismo. O autor busca fazer uma análise de maneira geral partindo de leituras de obras, pensamento de autores e estudiosos de cada contexto histórico, tendo como referência a realidade americana, sobre as mudanças ocorridas na sociedade, família, no comportamento de homens e mulheres, dos movimentos feministas, casamento e trabalho, a partir de uma série de mudanças e influências dos pensadores de cada época, os ditos especialistas.
Uma das partes que me chamaram atenção foi quando o autor relata o processo que as mulheres passaram em torno da Educação, mostrando que antes as mulheres eram educadas para aprender música, costurar, saber ler, mas para os homens as exibirem e também para serem contempladas como se fosse um quadro, só com o passar do tempo que a educação no sentido de aprender conteúdos, tais como: História, Geografia, Matemática, entre outros, foi depois de um tempo, também partindo da necessidade das mulheres ajudarem aos homens em seu trabalho.
Outro aspecto interessante é quando o autor aborda sobre a Lei do casamento, mostrando como esta foi mudando ao longo dos séculos, mostrando que os arranjos conjugais e até mesmo este ideal de "amor romântico", foram criações humanas, que iam mudando e criando normas de acordo com o ideal de um classe social em um dado contexto histórico e social, neste caso, predominantemente as classes de maior poder aquisitivo e influência, principalmente quando esta tinha como objetivo de evitar casamentos entre ricos e pobres, filhos bastardos, casamentos entre pessoas "imaturas", enfim, percebi neste livro de como o casamento, assim como as suas leis, foram criadas como forma de controle social, principalmente dos pobres, das mulheres e proteger interesses econômicos.
Para finalizar, para não se estender muito neste post, como também reforço que eu só estou relatando uma parte de vários temas que o livro aborda, outro aspecto que gostei de saber em questão de informação, foi sobre a importância das mulheres nos trabalhos sociais e filantrópicos, que este foi o primeiro momento de grande importância na qual as mulheres saíram do seu trabalho doméstico para se dedicar a questões relacionadas à vida pública, pois esta era a única forma de relacionar suas obrigações domésticas com trabalho, mesmo não sendo renumerado, permitia uma maior flexibilidade de horário e conciliar vida doméstica com vida pública. A partir daí as mulheres mostraram a sua capacidade de transformar a sociedade e dar início às lutas para obter o direito ao voto e participar de forma mais ativa de vários espaços anteriormente dominados pelo homem no que diz respeito à vida pública.
Citação do livro:
"Pela primeira vez, as feministas do século XVIII argumentaram que a masculinidade e a feminilidade seriam convenções sociais, podendo ser alteradas pela educação. Aqueles que participavam da querelle des femmes partiam do princípio de que as pessoas são educadas em seus papéis sociais sexuais. Nunca lhes passou pela cabeça que uma mulher poderia ser, ou poderia ter sido, algo diferente daquilo que é destinada". (...) (LASCH, 1999, p. 33)
Vou encerrar por aqui, super recomendo a leitura deste livro. Ah! esqueci de comentar a parte que não curti no livro rsrrssrs. Bem difícil dizer, só nos dois últimos capítulos que achei a discussão um pouco desconexa com o restante do tema abordado, não contribuindo tanto com o que vinha sendo discutindo na maior parte do livro.
Como vocês podem ver nas fotos abaixo o tanto que gostei desse livro, fiz várias marcações e agora vou fazer o resumo acadêmico, que demanda mais tempo e cabeça.
Nossa, não conhecia este livro! Que legal que pretende fazer mestrado. Estou pensando também em fazer..mas ainda estou terminando o meu curso de graduação.
ResponderExcluirEste panorama sobre a vida da mulher lembra muito situações descritas por Jane Austen no livro dela, onde a mulher era criada para casar.
Tinha um propósito ao ler este livro? Vai pesquisar sobre feminismo? Se for, pode me contar que posso sugerir coisas que talvez te ajude.
Um beijo!
Oi Jéssica! De Jane Austen eu já li Orgulho e Preconceito, de fato muitas coisas que têm nesse livro me fez lembrar me remeteram os livros da autora. Eu vou estudar sobre Fecundidade. E claro, que aceito suas sugestões. Desde já agradeço muito a sua colaboração e seu comentário
ExcluirUma abraço :*